quinta-feira, 31 de julho de 2014

Comunicado de imprensa:

Projeto arqueológico desvenda a Idade do Bronze na região de Beja
Trabalhos arqueológicos no povoado do Outeiro do Circo (Mombeja/Beringel, Beja), datado da Idade do Bronze Final (1200 – 800 a.C.), decorrem entre 4 e 29 de Agosto, comtemplando diversas iniciativas destinadas ao público em geral.
O projeto de investigação arqueológica pretende dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos desde 2008, com alguns interregnos, centrando-se no estudo da área habitacional deste enorme povoado fortificado da Idade do Bronze.
Os trabalhos anteriores permitiram a escavação de uma seção da muralha, bem como o estudo de diversos aspetos do seu complexo sistema defensivo que englobava troços de dupla muralha, uma entrada protegida por dois bastiões, fossos circundantes, entre outros aspetos.
O novo projeto, que agora tem início, irá prolongar-se até 2017 e consistirá em diversas campanhas de escavação a realizar todos os verões com a participação de voluntários, sobretudo estudantes de arqueologia, mas também de diversos investigadores.
A campanha de 2014 consiste na realização de trabalhos de prospeção geofísica seguidos da escavação da zona de topo do povoado onde se esperam encontrar vestígios que possam revelar diversas informações sobre o quotidiano das populações que habitaram a planície de Beja há 3000 anos atrás.
Para além dos trabalhos arqueológicos a desenvolver durante o mês de Agosto, irão ser decorrer outras atividades paralelas que englobam visitas guiadas às escavações, ações de formação e palestras, entre outras.
Os trabalhos são dirigidos por Miguel Serra e Eduardo Porfírio, arqueólogos da empresa Palimpsesto, Lda. e investigadores do Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e Ciências do Património da Universidade de Coimbra (CEAACP) e por Sofia Silva da empresa Palimpsesto, contanto com a participação voluntária de vários estudantes de arqueologia da Universidade de Coimbra.
O Projeto Outeiro do Circo conta com o financiamento da Câmara Municipal de Beja, os apoios da empresa de arqueologia Palimpsesto, Lda. e do Regimento de Infantaria 3 do Exército Português, para além de diversas colaborações científicas com o Instituto Politécnico de Beja, Centro de Geofísica de Évora e Laboratório Hércules, ambos da Universidade de Évora.
Notícia do Diário do Alentejo: http://da.ambaal.pt/noticias/?id=6087
 

 

 

 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Projeto de Investigação: O Povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja)

Informa-se que foi aprovado pela tutela o novo projeto de investigação arqueológica dedicado ao estudo do povoado fortificado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja), no âmbito dos Projetos de Investigação Plurianuais de Arqueologia (PIPA) e que será desenvolvido entre 2014 e 2017.
Este novo projeto vem no seguimento de trabalhos anteriores realizados entre 2008 e 2013, de forma não continuada, que consistiram numa primeira avaliação do potencial arqueológico do sítio e da avaliação do estado de conservação da muralha.
Os trabalhos a serem iniciados em Agosto de 2014 irão centrar-se no estudo da área interior do povoado, estando programada a realização de prospeção geofísica seguida da escavação arqueológica das áreas identificadas com maior potencial arqueológico.
A campanha que terá início no dia 4 de Agosto conta com a direção científica de Miguel Serra, Eduardo Porfírio (Palimpsesto/CEAACP) e Sofia Silva (Palimpsesto) e com a participação voluntária de estudantes de arqueologia da Universidade de Coimbra. Os trabalhos de geofísica serão da responsabilidade de Bento Caldeira e José Fernando Borges, docentes da Universidade de Évora e investigadores do Centro de Geofísica de Évora, em colaboração com Samuel Neves e Rui Oliveira, alunos da mesma instituição. Integram ainda a equipa do presente projeto, como consultores científicos, os seguintes investigadores: Raquel Vilaça (Universidade de Coimbra/CEAACP), Virgílio Correia (Museu Monográfico de Conímbriga/CEAACP), Rui Parreira (Direção Regional de Cultura do Algarve/UNIARQ) e Sofia Soares (Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Beja/GEOBIOTEC).
O projeto é financiado pela Câmara Municipal de Beja, e conta com os apoios da empresa de arqueologia Palimpsesto, Lda. e do Regimento de Infantaria 3 do Exército Português, para além de diversas colaborações científicas com o Instituto Politécnico de Beja, Centro de Geofísica de Évora e Laboratório Hércules, ambos da Universidade de Évora.
 
 
Resumo do projeto:
O projeto “O Povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja)” pretende-se constituir como a continuação do estudo monográfico do sítio arqueológico epónimo, dando continuidade às ações de investigação desenvolvidas no âmbito do PNTA 2008-2011 “A transição Bronze Final / I Idade do Ferro no Sul de Portugal. O caso do Outeiro do Circo”, mas não se restringindo aos limites físicos do sítio, uma vez que se procura a integração dos dados obtidos na região conhecida como “Barros Pretos de Beja”, onde diversas novidades da Idade do Bronze têm sido evidenciadas, sobretudo através de atividades de arqueologia comercial. De igual modo, não haverá um limite cronológico rígido centrado no Bronze Final, uma vez que se procurará conhecer as estratégias de ocupação da região envolvente ao Outeiro do Circo na longa diacronia, com especial incidência para os períodos do Bronze Médio até à I Idade do Ferro.
Destacam-se como mais-valias deste projeto a integração de uma equipa experiente cujos membros estiveram na sua maioria ligados ao projeto anterior, permitindo uma maior potencialização dos recursos e surgindo como maior garantia de cumprimento das tarefas e calendarização propostas. Trata-se ainda de um projeto multidisciplinar, não só pela equipa científica, mas também pelo objetivo de vir a envolver investigadores de outras áreas durante a sua realização, que possibilitem o desenvolvimento de áreas específicas de investigação integradas nos objetivos gerais do projeto.
Em termos da investigação científica, este novo projeto incidirá sobretudo no estudo da área interna do povoado do Outeiro do Circo, com recurso a trabalhos de geofísica, prospeção e escavações arqueológicas, possibilitando um incremento do conhecimento sobre a área habitacional e preenchendo uma lacuna no estudo dos grandes povoados fortificados do Bronze Final no Sudoeste Peninsular, que foram sobretudo intervencionados ao nível dos seus sistemas defensivos, sendo poucos os que aportam dados concretos sobre as dinâmicas habitacionais e as atividades quotidianas dos seus habitantes.
Em concreto, serão desenvolvidas prospeções geofísicas em áreas chave já identificadas no Outeiro do Circo, que permitirão a aquisição de dados para orientação das zonas a escavar, mas também possibilitarão a obtenção de informações sobre outros setores do povoado que servirão quer para definir estratégias futuras de intervenção, quer para documentar com maior rigor algumas zonas já muito afetadas por ações antrópicas anteriores, sobretudo ligadas à prática agrícola.
As prospeções arqueológicas pretendem continuar o programa de monitorização do povoado de modo a registar possíveis afetações provocadas pelos trabalhos agrícolas que decorrem dentro de algumas parcelas de terreno do povoado, mas também para aumentar o grau de conhecimento sobre o espaço do Outeiro do Circo no seu conjunto.
As escavações arqueológicas incidirão em duas áreas amplas na plataforma superior do Outeiro do Circo, podendo a sua programação ser ajustada em função dos dados obtidos pela prospeção geofísica. O principal objetivo passa por caraterizar as formas e fases de ocupação da área interna, mas também se pretende avaliar o estado de conservação dos vestígios arqueológicos com o intuito de promover uma futura valorização patrimonial.
Especial destaque merece também a vertente da educação patrimonial, que assumiu grande relevância no PNTA anterior e cujas atividades se prolongaram para além das datas de vigência do próprio projeto.
Neste âmbito pretende-se promover uma série de ações (visitas, inquéritos, ateliers, conferências, exposições, etc.) destinadas ao público em geral e com várias ações concretas a serem pensadas para a comunidade local, não só como forma de promover o conhecimento do sítio arqueológico e sensibilizar para a sua proteção e valorização, mas também como troca de experiências com pessoas de distintas formações e sensibilidades, o que possibilitará a difusão da arqueologia como ciência integradora e de múltiplas facetas.
Uma última vertente deste projeto incidirá sobre a possibilidade de criar um programa de valorização patrimonial da área intervencionada, estando em grande parte dependente do estado de conservação dos vestígios arqueológicos detetados. No entanto, também se pretende promover esta vertente no decurso das campanhas de escavação, abrindo o sítio arqueológico ao público em geral de modo a acompanhar o desenvolvimento de um projeto arqueológico no terreno e em todas as suas fases anteriores à eventual fruição pública do sítio arqueológico.