quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Arqueologia Sénior!


O Projeto Outeiro do Circo colaborou com a Universidade Sénior de Beja através de duas iniciativas destinadas a dar a conhecer um pouco melhor a Idade do Bronze na região de Beja. Na passada 4ª feira, dia 7 de Outubro, houve lugar uma conferência intitulada "Outeiro do Circo: o guardião da planície" destinada a cerca de 15 alunos da Universidade Sénior de Beja e que teve lugar nas instalações da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Beja. Esta conferência foi integrada na cadeira de Património Local lecionada por António José Barahona, a quem se agradece o convite para esta colaboração.
No dia 14 foi a vez de uma outra iniciativa que contemplou uma visita guiada ao Museu do Sembrano onde está patente uma exposição temporária dedicada ao Outeiro do Circo, seguida de uma visita às instalações da Casa das Artes/Museu Jorge Vieira onde se encontram em depósito provisório os materiais recolhidos na campanha de escavações de 2015 do Outeiro do Circo, possibilitando assim um contacto mais direto entre os alunos da Universidade Sénior e os materiais arqueológicos da Idade do Bronze.
Em nome da equipa do Projeto Outeiro do Circo resta-nos agradecer a oportunidade proporcionada por esta colaboração que nos permite alargar cada vez mais as ações de Educação Patrimonial que integram o Projeto Outeiro do Circo e agradecer a atenção e interesse dos alunos da Universidade Sénior de Beja.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

XI Congresso Ibérico de Arqueometria - 14 a 16 Outubro, Évora


O Projeto Outeiro do Circo vai estar presente no XI Congresso Ibérico de Arqueometria a realizar entre 14 e 16 de Outubro de 2015 em Évora.
Esta participação surge na sequência do protocolo de colaboração com o Laboratório Hércules e que permitiu a realização de trabalhos de prospeção geofísica em 2014 e 2015 no Outeiro do Circo.
Será apresentado um poster na sessão dedicada a "Datação. Prospeção Geofísica. Teledeteção" com o título: Levantamento geofísico no povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja), da autoria de José Borges, Bento Caldeira, Rui Oliveira, Samuel Neves, Miguel Serra e Eduardo Porfírio.


Resumo:
O local de estudo, Outeiro do Circo, é um povoado do final da Idade do Bronze (1250-850 a.C.), localizado em Mombeja (Beja). O elemento físico de maior destaque corresponde a uma linha de muralhas que delimita o povoado quase na totalidade da sua extensão, definindo uma área de cerca de 17 ha. No sector sudeste e sudoeste, o sistema defensivo é composto por uma muralha dupla , nesta última área localiza-se aquela que seria provavelmente a entrada principal no povoado, pois encontra-se ladeada por dois bastiões junto ao muro exterior.
No presente trabalho foram realizados levantamentos geofísicos, utilizando duas metodologias distintas: i) magnetometria (gradiometria), em áreas de grande extensão, tendo em vista a identificação de anomalias mais profundas, nomeadamente as que se relacionam com a presença da muralha; ii) Georadar (GPR), em zonas mais restritas, permitindo assim, identificar de forma mais precisa, muros e outras estruturas onde possam existir vestígios do povoado intramuralhas.
O levantamento de dados foi feito no modo “zig-zag”, com distância entre perfis de 0,25 m, no caso do GPR e de 1m, no caso do magnetómetro. O GPR utilizado foi o GSSI SIR-3000 montada num “cart” com odómetro, equipado uma antena de 400 MHz e configurado para atingir uma profundidade máxima de exploração de cerca de 1,5 m. O levantamento de magnetometria foi realizado com o equipamento Gem Systems GSM-19 em que os sensores foram montados num “cart” e localizados com precisão por GPS integrado no próprio equipamento de aquisição. O modo de aquisição de dados visou a determinação do gradiente magnético vertical sobre perfis distanciados paralelamente de 1m. Para tal, foram empregues dois sensores em disposição vertical, distanciados de 80 cm, medindo cada um deles o valor total do campo magnético terrestre local.
Após o processamento dos dados seguindo as metodologias adequadas, obtiveram-se imagens que permitem analisar as áreas de estudo em planos paralelos à superfície e em profundidade. No caso do GPR, obteve-se um mapa de reflectividades onde se observam anomalias devidas à presença de refletores, isto é, estruturas com constante dieléctrica contrastante com meio envolvente. Em magnetometria, obteve-se um mapa de anomalias de gradiente do campo magnético que traduzem os contrastes de susceptibilidade magnética dos materiais existentes no subsolo. No levantamento em causa, registaram-se anomalias de grande amplitude, , que deverão corresponder a sectores onde existem evidências da presença das muralhas
O processamento integrado dos dados obtidos pelas duas metodologias permitiu identificar estruturas enterradas que poderão ser interpretadas como vestígios da muralha que rodeava o povoado e como vestígios das hipotéticas estruturas habitacionais antigas  que terão existido no seu interior. Essas estruturas deverão ser sujeitas a confirmação por escavações arqueológicas a realizar posteriormente.