quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Reportagem do jornal Público sobre o projecto "12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias"

Resultado de imagem para Publico
O jornal Público dedica uma reportagem na edição de hoje ao projecto "12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias" e à divulgação da Idade do Bronze na região de Beja.
Para ler o artigo do jornalista Carlos Dias na íntegra carregue no título:

Durante um ano, os alentejanos foram descobrir a Idade do Bronze que surgiu do solo

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Passeio "A Idade do Bronze em redor de Beja"

No dia 7 de Janeiro de 2017 realiza-se a iniciativa final do projecto "12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias", que ao longo do ano de 2016 divulgou a Idade do Bronze na região de Beja através da realização de conferências, passeios e exposições em todas as freguesias do concelho.
Assim, haverá um passeio urbano de 7,6 km em redor da cidade de Beja e com uma parte do trajecto pelo centro histórico, que inclui visita comentada ao Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, para terminar na Casa da Cultura onde se procederá à inauguração de uma exposição fotográfica alusiva aos 12 percursos pedestres realizados.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias - Nossa Senhora das Neves

Chegou ao fim o percurso do projecto "12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias - A Idade do Bronze na região de Beja"!
As últimas iniciativas deste périplo, que percorreu as actuais 12 freguesias do concelho de Beja, decorreram na freguesia de Nossa Senhora das Neves nos passados dias 16 e 17 de Dezembro. 
O Espaço Internet na aldeia das Neves recebeu a conferência "Terra e água: a Idade do Bronze no território de Nossa Senhora das Neves" onde perante uma plateia de 15 assistentes se falou das novidades arqueológicas deste período na região, assunto que gerou um longo e interessante debate.



O percurso pedestre do dia seguinte levou os 29 caminheiros inscritos a um percurso de perto de 9 km entre as aldeias das Neves e do Padrão, havendo oportunidade durante o caminho para falar sobre alguns sítios arqueológicos da Idade do Bronze desta freguesia como o Monte da Robalinha ou a Quinta do Estácio, entre outros.






No final do trajecto houve lugar a um momento de confraternização entre os participantes, na antiga escola primária do Padrão, onde a merenda partilhada serviu para saborear a gastronomia local ao som espontâneo do cante alentejano!




Os nossos agradecimentos à Junta de Freguesia de Nossa Senhora das Neves por todo o apoio à organização e pelo envolvimento directo nas iniciativas promovidas, bem como à Câmara Municipal de Beja.
Terminado este projecto de divulgação arqueológica e educação patrimonial o balanço final ficará por fazer no início do próximo ano uma vez que em Janeiro ainda haverá espaço para uma última iniciativa que pretende sobretudo celebrar o que se alcançou ao longo do todo o ano de 2016 e presentear os participantes com algumas surpresas!
Até lá...boas caminhadas (arqueológicas!).

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Vídeo Outeiro do Circo

O Projecto Arqueológico Outeiro do Circo continua a ser alvo das mais diversas formas de divulgação, por vezes de modo inesperado e até alheado da programação definida pela equipa responsável.
Desta vez partilhamos um vídeo elaborado por Ana Costa, estudante de Beja, que visitou as escavações arqueológicas realizadas em Agosto de 2016 e resolveu fazer um pequeno vídeo onde contou a sua experiência. A Ana, conhecida pelos seus vídeos no youtube como Anna Pêra, tem uma paixão pela imagem e vídeo e foi assim que nos deixou o seu contributo pessoal sobre a forma como viu os trabalhos no Outeiro do Circo.


sábado, 5 de novembro de 2016

12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias - São Matias

A penúltima sessão do projecto "12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias - A Idade do Bronze na região de Beja" decorreu nos dias 4 e 5 de Novembro na freguesia de São Matias. O primeiro dia foi dedicado à realização de uma conferência onde se pretendeu destacar os três sítios arqueológicos da Idade do Bronze conhecidos neste território. Na Casa do Povo de São Matias, onde decorreu a apresentação, estiveram presentes 14 pessoas que proporcionaram um debate bastante participado.



No segundo dia foi a vez do habitual percurso pedestre que propunha uma caminhada de 9 km, iniciada no concelho da Cuba e finalizada na aldeia de São Matias no concelho de Beja. 
Os 47 participantes puderam assim atravessar um território pontuado por diversas ribeiras e barrancos, devidamente preenchidas com água que caiu nos dias anteriores, que quebram um pouco a monotonia de uma paisagem essencialmente plana.





No Monte da Apariça houve lugar a uma breve explicação sobre a natureza dos sítios arqueológicos descobertos neste território, descrevendo-se os vestígios existentes nos povoados abertos da Idade do Bronze de Monte da Apariça 3, São Matias e Covas 1. 




Em seguida retomou-se o caminho em direcção a São Matias onde nos foi proporcionado um momento de são convívio entre um repasto oferecido pela junta de freguesia na Casa do Povo onde também se pôde apreciar os painéis expositivos relativos ao tema abordado.
Aqui fica o nosso agradecimento à Junta de Freguesia de São Matias pelo acolhimento e apoio prestados e à Câmara Municipal de Beja por garantir o sucesso de mais uma edição deste projecto.


Em Dezembro será a vez da freguesia de Nossa Senhora das Neves que acolherá a sessão final deste projecto iniciado em Janeiro de 2016 e que assim chegará ao fim do seu périplo de 12 meses.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Reportagem Mais Alentejo

Reportagem da jornalista Ângela Marques para a revista Mais Alentejo (edição de Novembro) sobre o Projecto Outeiro do Circo.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Ainda a propósito de pedras com "covinhas"

O recente post colocado neste blogue sobre as pedras com "covinhas" do Outeiro do Circo (ver aqui) gerou um movimento acima do esperado, registando-se até ao momento 1389 visualizações de páginas e um alcance de 3355 pessoas no facebook.
Mas mais importante ainda foi o facto deste assunto ter merecido alguma discussão e comentários de grande interesse que provam que o desconhecimento que este tipo de manifestação encerra geram um certo entusiasmo e dão lugar a todo o tipo de interpretações.
São conhecidas desde há muito hipóteses que pretendem ver nas rochas gravadas com "covinhas" todo o tipo de sugestões como representações astronómicas, jogos de tabuleiro primitivos, locais de preparação de libações, suportes para outros objectos entre muitas outras.
No entanto, o breve post publicado motivou um dos nossos leitores a enviar-nos uma interpretação diferente e da qual desconhecíamos por inteiro e que julgamos suficientemente pertinente e interessante para aqui partilhar na íntegra como forma de demonstrar que o conhecimento destas realidades deve permanecer aberto a todo o tipo de discussões devidamente argumentadas.
Aqui fica pois o comentário completo que nos foi enviado e devidamente ilustrado com uma foto:

Olá Miguel
Tudo bem?
Tive oportunidade de ler e ver imagens sobre a "Pedra das covinhas". Imediatamente, me lembrei desta fotografia que te envio que o meu irmão tirou no Quénia. Trata-se de uma rocha com cerca de 1,5m de altura (a olho) no Quénia, utilizada ainda hoje por tribos cuja actividade pastoril é a base da comunidade, para chamar à distância os pastores e o gado. Tal chamamento faz-se por percussão das pedras mais pequenas (que podes observar) na rocha grande originando as depressões em tudo idênticas às da Pedra das Covinhas.
Duvido que esse caso seja o mesmo mas achei curioso e decidi enviar-te.

Abraço
João

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Objectos e produção de bronze e ouro no Outeiro do Circo

O conjunto de artefactos metálicos até ao momento recolhidos no povoado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja) é bastante residual mas revelam uma metalurgia algo antiga dentro do quadro do sudoeste ibérico durante este período. Enquadram-se dentro dos séculos XII - XI a.C., antecedendo em cerca de dois séculos as datações obtidas para vestígios metalúrgicos de outros sítios como Entre Águas 5 (Serpa) e Casarão da Mesquita 3 (Évora) (Valério et al. 2013).
O primeiro elemento metálico descoberto foi um cinzel, surgido em prospecções efectuadas por Rui Parreira e António Monte Soares (Parreira e Soares 1980) e que mais tarde seria alvo de caracterização por fluorescência de raios-X em conjunto com outros artefactos metálicos da Idade do Bronze do Sul de Portugal (Soares et al. 1996).
Cinzel (foto de Dinis Cortes)

Anos mais tarde recolheram-se novas evidências, desta vez em contexto de escavação arqueológica, no âmbito de um projecto de investigação desenvolvido entre 2008 e 2013.
A série analisada era composta por três artefactos (anel, argola e brinco/pendente), dois nódulos e um fragmento de cone de fundição para além de um fragmento de um cadinho cerâmico com vestígios de metal no interior que se veio a comprovar ser ouro.
Os contextos destes metais foram datados por radiocarbono o que permitiu inseri-los no último quartel do II milénio a.C.
As peças metálicas analisadas enquadram-se nos dados conhecidos para a metalurgia deste período no Sul de Portugal que é caracterizada pela presença de bronzes binários com teores apropriados de estanho. Apenas uma peça (anel) revelou um reduzido teor em estanho, provavelmente devido à utilização de sucata para o seu fabrico.
A descoberta deste pequeno conjunto de materiais veio atestar a metalurgia do bronze e do ouro no espaço interno do povoado do Outeiro do Circo constituindo os dados mais antigos destas produções durante o Bronze Final e comprovando pela primeira vez a metalurgia do ouro com vestígios de produção em povoados do sudoeste neste período (Valério et al. 2013).
Conjunto de metais do Outeiro do Circo (Valério et al. 2013)

Bibliografia:
Parreira, R. e Soares, A. M. (1980), Zu einigen bronzezeitlichen Hohensiedlungen in Sudportugal. Madrider Mitteilungen, 21, Madrid, pp. 109-130.
Soares, A. M., Araújo, M. F., Alves, L. e Ferraz, M. T. (1996), Vestígios metalúrgicos em contextos do Calcolítico e da Idade do Bronze no Sul de Portugal. Lisboa: Miscellanea em homenagem ao Professor Bairrão Oleiro. Edições Colibir, pp. 553-579.
Valério, P., Soares, A. M., Araújo, M. F.,Silva, R., Porfírio, E. e Serra, M., (2013), Estudo de metais e vestígios de produção do povoado fortificado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja). Arqueologia em Portugal 150 anos – Atas do I Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses, 21 a 24 de Novembro de 2013, Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa, pp. 609 – 615.

sábado, 22 de outubro de 2016

Pedras com "covinhas"

No povoado fortificado do Bronze Final do Outeiro do Circo (Beja) foram descobertos nos últimos 15 anos diversos blocos de pedra gravados de forma simples com várias "covinhas".
O primeiro surgiu durante prospecções arqueológicas em 2001 e corresponde a um afloramento com quase 70 covinhas insculturadas localizado na vertente Sudoeste e virado para a extensa planície que se desenvolve para Sul.
Afloramento gravado
Afloramento gravado (o mesmo da imagem anterior)
Levantamento de André Santos (Fundação Côa Parque)

Em 2008 iniciaram-se escavações arqueológicas no Outeiro do Circo que de forma mais ou menos regular se têm mantido até ao momento. No decurso destes trabalhos foram identificados outros blocos gravados, não em afloramentos mas antes em pequenos blocos descobertos em situações muito distintas. Em 2013 durante a realização de uma acção destinada a minimizar danos sofridos numa área de escavação centrada num troço de muralha surgiu um destes blocos que se encontrava reutilizado na muralha. 
Bloco gravado oriundo da muralha

Nos anos seguintes descobriram-se outros blocos, um deles amortizado numa fossa repleta de materiais cerâmicos da Idade do Bronze e restos faunísticos localizada no topo do povoado e na campanha de escavações de 2016 surge outro bloco gravado numa sondagem junto à muralha e que ainda se encontra em fase de intervenção. 
Bloco gravado proveniente de uma fossa
Bloco com "covinhas" em fase de escavação

Não podemos afirmar com qualquer grau de certeza que estas manifestações foram executadas pelos habitantes do Outeiro do Circo durante a Idade do Bronze uma vez que se trata de algo presente em toda a pré-história recente europeia. Poderão também corresponder a formas de expressão de comunidades anteriores que habitaram ou frequentaram este espaço mas o que é certo é que as comunidades da Idade do Bronze tinham delas conhecimento e de alguma forma incorporaram-nas nas suas próprias construções. Mais difícil será dizer se ainda atribuiriam qualquer significado a estes elementos decorados ou se pelo contrário já não lhes reconheciam qualquer importância e por isso as integraram de modo prático.
Apesar de pouco nos acrescentarem (até ao momento!) informação relevante sobre os modos de vida das comunidades do Bronze Final as pedras com "covinhas" do Outeiro do Circo continuam a suscitar interesse e curiosidade em quem as observa, talvez pelo "irritante" desconhecimento que encerram.
Aqui deixamos um pequeno texto e uma foto capaz de remeter para outras imaginações da autoria do nosso amigo e colaborador Dinis Cortes a quem aproveitamos para agradecer o interesse.

"A "Pedra das Covinhas" insculpida de inúmeras "fossetes" jaz a meia encosta do denominado "Outeiro do Circo" perto de Mombeja , a cerca de 10 km em linha recta da cidade de Beja. O Outeiro do Circo é um povoado fortificado de altura cronologicamente balizado na Idade do Bronze e com a área de vários hectares.

Outeiro do Circo - Mombeja - Beja - Portugal
19.10.2016 ( Ao final de mais um dia...)"

E aqui recordamos também o texto da arqueóloga Kate Leonard que em Agosto passado integrou a equipa do Projecto Outeiro do Circo: Cup marked stones

domingo, 9 de outubro de 2016

12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias - Baleizão

A etapa de Baleizão relativa ao Projecto "12 Lugares, 12 Meses, 12 Histórias - A Idade do Bronze na região de Beja" teve lugar nos dias 7 e 8 de Outubro, iniciando-se com uma conferência sobre este período no território da freguesia e que contou como uma pequena audiência de 5 pessoas, o que não constituiu impedimento a um acalorado debate sobre os vestígios da Idade do Bronze aqui surgidos.



A seguinte iniciativa centrou-se na caminhada temática, desta vez com um percurso mais longo do que o habitual, num total de 15,4 km com partida de Baleizão em direcção ao Rio Guadiana para subir ao alto do povoado do Bronze Final dos Castelos onde o grupo de 55 participantes atravessou as duas linhas de muralhas visíveis, para poder chegar ao topo e apreciar a deslumbrante vista em toda a volta com especial destaque para os relevos do vale do Guadiana. Esta particular visibilidade foi o mote para expor algumas considerações sobre o povoamento desta época em ambas as margens do Guadiana.






De seguida iniciou-se o caminho de regresso a Baleizão percorrendo-se um cenário cada vez mais aplanado e onde durante o Bronze Pleno terão existido diversos pequenos aldeamentos dispersos que exploravam este rico território agrícola.


À chegada a Baleizão esperava-nos um belo repasto baseado na gastronomia local que em muito agradou aos convivas e ajudou a recuperar do esforço extra que o percurso exigiu. No mesmo local pôde também ser apreciada uma pequena exposição em 3 painéis com a síntese da Idade do Bronze nesta região e que posteriormente foi entregue à Junta de Freguesia que a irá expor na Sociedade Filarmónica 24 de Outubro.

Os nossos agradecimentos à Junta de Freguesia de Baleizão pelo caloroso acolhimento e aos técnicos da Câmara Municipal de Beja por tudo fazerem para que estas iniciativas se realizem com todas as condições.
Em Novembro esperam-nos novas actividades na Freguesia de São Matias...