quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Heritales - Évora, 21 a 23 de Setembro 2017

O Projecto Outeiro do Circo vai estar presente na 2ª edição do Heritales - Festival Internacional de Cinema Patrimonial, que irá ter lugar em Évora nos dias 21, 22 e 23 de Setembro de 2017.
A edição de 2017 é dedicada ao tema das Comunidades Sustentáveis centrando-se nas formas de divulgação cultural através da 7ª arte com o objectivo de recolher o valor patrimonial das comunidades, especialmente a viabilidade das comunidades sustentáveis, quer na actualidade quer em termos históricos.
A participação do Projecto Outeiro do Circo neste festival surge por convite dos organizadores, cabendo-nos a honra de abertura do evento, no dia 21 de Setembro entre as 17h30 e as 18h30, com a exposição fotográfica "Olhares" que estará patente ao público no Grupo PRO-Évora (Rua do Salvador, 1, em Évora). Durante a inauguração da exposição haverá ainda lugar à exibição do documentário "Outeiro do Circo: o guardião da planície", de Manuel Monteiro e à mostra de réplicas e artefactos recolhidos nas escavações arqueológicas realizadas no Outeiro do Circo.
A presença neste festival só é possível devido ao apoio da Câmara Municipal de Beja, nomeadamente no que diz respeito ao transporte e montagem da exposição.




domingo, 27 de agosto de 2017

Notas de campo (4) - Campanha de 2017

A 3ª semana de trabalhos no Outeiro do Circo levou à conclusão da escavação da sondagem 7, que apesar de revelar uma grande potência estratigráfica não permitiu a detecção de estruturas conservadas, registando-se no entanto a recolha de grande número de fragmentos cerâmicos, com especial incidência nas camadas finais onde o material apresenta maior variedade de formas e melhor estado de conservação das pastas.
Na sondagem 8, iniciou-se o alargamento destinado a compreender melhor a possível estrutura detectada no canto Sul e que poderá revelar alguma informação sobre a área habitacional. Foram removidas as camadas superficiais, onde se destaca a presença de materiais que podem corresponder a um momento já integrado na Idade do Ferro, à semelhança de outros aqui recolhidos na campanha anterior. 
Prosseguiram os trabalhos de gabinete com a lavagem e tratamento de materiais, que tem permitido aos participantes conhecerem melhor a cultura material do Outeiro do Circo e todo o processo de tratamento de materiais.

No campo da divulgação, esta foi uma semana bastante preenchida com as várias visitas ao Outeiro do Circo e que incluíram a presença dos ATL`s de Penedo Gordo (União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista) e da Zona Azul, numa iniciativa que permitiu aos mais jovens tornarem-se arqueólogos por breves momentos.

O Ciclo de Conferências de 2017 teve a sua 2ª sessão, com um tema apresentado por Ignacio Pavón Soldevila da Universidade da Extremadura (Cáceres, Espanha), sobre o povoado do Castillo de Alange, situado em Badajoz, que atraiu a atenção de 37 pessoas e que desta forma puderam tomar contacto sobre o potencial de investigação realizado sobre outro dos grandes povoados da Idade da Bronze no Sudoeste peninsular. 

Esta semana encerrou com a realização da exposição itinerante "Gestos ancestrais" em Santa Vitória, e que, apesar do escasso público presente, proporcionou um interessante contacto com a população local e sobre as suas vivências.
Paralelamente aos trabalhos arqueológicos e às actividades do programa de Educação Patrimonial, continuam as filmagens do documentário de Andrea Mendoza e que já tem título, "Xaroco", uma referência ao forte vento que se faz sentir nas encostas do Outeiro do Circo e cujo topo lhe serve de barreira, justificando assim um topónimo próximo, o "Olival de Corta Vento". As filmagens proporcionaram alguns momentos únicos, como a presença dos Cantadores do Desassossego no local das escavações, bem como a visita a lugares mais distantes como a Mina de São Domingos ou a Serra da Arrábida. 

No dia 18 organizou-se um momento de convívio, que teve lugar no Centro Social Lidador e contou com o apoio inestimável da equipa do Centro Cultural, Social e Recreativo do Bairro da Esperança, José Baguinho, Carlos Cascalheira e Ricardo Rodrigues, e que permitiu juntar os elementos da equipa do Outeiro do Circo com os representantes das entidades envolvidas nos apoios e colaborações, quer com o projecto quer com o documentário em curso. 










quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Nota de campo (3) - Campanha de 2017

Durante a 2ª semana da campanha de 2017 do Projecto Outeiro do Circo avançaram os trabalhos de alargamento da sondagem 7, após a limpeza e remoção dos aluimentos dos perfis, que permitiram a detecção do substrato geológico em parte da área escavada, revelando a sua grande potência estratigráfica resultante das escorrências de terras ao longo da encosta. 
Na sondagem 8, e após a limpeza para recuperação dos níveis intervencionados no ano anterior, avançou-se com os trabalhos de registo das sucessivas unidades aí detectadas e a prossecução da escavação revelou a existência de uma estrutura formada por grandes blocos de pedra ligados por barro cozido, decidindo-se o alargamento desta sondagem, na zona da estrutura, para uma melhor compreensão destes vestígios.

Durante esta semana registaram-se as primeiras visitas ao Outeiro do Circo, permitindo aos visitantes o contacto directo com a realidade do trabalho de investigação aqui desenvolvido. O programa de visitas incluiu explicações, não só sobre o sítio arqueológico e o respectivo enquadramento arqueológico, mas também algumas actividades mais práticas, como a possibilidade de participar nas escavações, com o apoio dos próprios voluntários que integram a equipa, e manusear alguns materiais e réplicas, que permitem uma melhor aproximação dos visitantes ao conhecimento sobre a Idade do Bronze. 



Iniciou-se também o ciclo de conferências de 2017, dedicado ao tema dos "Grandes povoados da Idade do Bronze no Sudoeste", que teve como primeiro orador Rui Mataloto, arqueólogo da Câmara Municipal do Redondo, e que trouxe a Beja uma apresentação sobre o historial da investigação desenvolvida no povoado da Idade do Bronze de Evoramonte, à qual assistiram 24 pessoas, proporcionando um animado debate no final da sessão. 

Foram também desenvolvidas algumas actividades paralelas, como a exibição do documentário AltoContrasto, da realizadora Andrea Mendoza, que se encontra em filmagens no Outeiro do Circo e que contou com 37 assistentes no dia 8 de Agosto no Centro UNESCO em Beja. 
De destacar ainda o envolvimento do Projecto Outeiro do Circo no Cortejo Histórico de Beja, através da participação de 6 dos voluntários como figurantes integrados na época romana!!!


Para terminar aqui fica o nosso agradecimento aos voluntários que finalizaram a sua participação nesta 1ª quinzena, Juan Batanero, Eduardo Matas, Maria Dolores, e as boas vindas aos que chegam para a 2ª metade da campanha







quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Ciclo de Conferências Outeiro do Circo 2017 - 3ª sessão

O Ciclo de Conferências Outeiro do Circo 2017, subordinada ao tema "Grandes povoados da Idade do Bronze no Sudoeste", encerra na próxima 5ª feira dia 24 de Agosto com a apresentação de uma conferência às 21h30 no Núcleo Museológico da Rua do Sembrano em Bja
O conferencista convidado é António Monge Soares, investigador incontornável no estudo da Idade do Bronze no Sudoeste e que nos irá falar sobre um sítio de características únicas dentro dos marcos geográficos e cronológicos em questão, o povoado do Passo Alto (V.V. Ficalho, Serpa).

Passo Alto: um sítio único no contexto dos povoados fortificados do Bronze Final do Sudoeste
António Monge Soares
(Investigador Principal - Aposentado; Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares - C2TN; nstituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa )

Resumo
O povoado do Passo Alto, situado na confluência de dois ribeiros, é constituido por dois núcleos separados por cerca de 250 m sem quaisquer vestígios arqueológicos. A cerâmica encontrada, de que se destaca a de ornatos brunidos, bem como a datação por radiocarbono de materiais de vida curta, permitem atribuir-lhe uma cronologia precisa (sécs. X a VIII a.C.) dentro do Bronze Final do Sudoeste Peninsular.
As boas condições naturais de defesa são complementadas por uma muralha na zona de mais fácil acesso ao povoado, constituida por terra calcada misturada com pequenas pedras; seria encimada por uma estrutura de blocos de xisto e madeira que, a certa altura, teria sido incendiada, junto à entrada do povoado, vitrificando os blocos de xisto que entravam na sua constituição. Este troço de muralha foi, então, substituido por um outro, adossado à sua face externa, constituido também por terra calcada misturada com pequenos fragmentos de xisto, alguns vitrificados, revestido na face externa por uma fiada de pedras sobrepostas e, na face interna, por grandes lages e blocos de xisto colocados lado a lado de cutelo. A reforçar este sistema de defesa, existia um pequeno fosso e uma faixa de 30 x 30 m de cavalos-de-frisa, a barrar o corredor de mais fácil acesso ao povoado.
No Sudoeste peninsular são muito raros os povoados que têm muralhas vitrificadas e mais raros ainda os que apresentam cavalos-de-frisa. O paralelo mais próximo para as muralhas vitrificadas, datadas também do Bronze Final, encontra-se no povoado da Misericórdia (Serpa), enquanto cavalos-de-frisa parecem ter existido num povoado (Castillo de las Peñas), na província de Huelva, e talvez em dois ou três da província de Badajoz, mas com uma cronologia posterior.


terça-feira, 22 de agosto de 2017

Balanço "Gestos ancestrais" - Santa Vitória

No passado Sábado, dia 19 de Agosto, a exposição itinerante "Gestos ancestrais - objectos de ontem e de hoje" visitou Santa Vitória, depois de já ter estado em Mombeja.

Num dia marcado pelo imenso calor e com a população de Santa Vitória a resguardar-se para o início das festividades marcadas para o fim da tarde, foi pouco o público que nos visitou no Centro Social de Santa Vitória. No entanto, os apenas 6 entusiastas que tomaram contacto com a exposição demonstraram o seu interesse no tema pelo tempo que demoraram a ouvir as explicações, a partilharem as suas experiências e questões, desde os mais novos aos menos jovens.
No dia anterior não foi possível projectar o documentário de Manuel Monteiro "Outeiro do Circo. o guardião da planície", tal como constava do programa, devido à falta de público, o que nos levará a tentar fazê-lo numa altura mais propícia de modo a dar a conhecer o trabalho desenvolvido no Projecto Outeiro do Circo junto da população de Santa Vitória.

domingo, 20 de agosto de 2017

Documentário Dandelion

Andrea Mendoza estreia o seu novo filme, Dandelion, em Beja. 
Durante 2016, muitas pessoas famosas e infames faleceram. Seriam belas? O que nos terão deixado como herança imaterial? A beleza pode ser aprendida com a história das suas vidas?
Dandelion um filme–documentário que explora a questão da beleza e tudo o que ela abraça, deambulando entre as artes, a dor e as paisagens naturais. Partindo de vários lugares, entre os quais o Alentejo, Andrea Mendoza, através de várias entrevistas e paisagens, convida-nos a indagar o conceito de beleza, a caminhar através do que é belo. 
Esta projecção insere-se nas iniciativas paralelas do Projecto Outeiro do Circo.



sábado, 19 de agosto de 2017

Notas de Campo (2) - Campanha de 2017

A 1ª semana de trabalhos no Outeiro do Circo foi dedicada à apresentação do sítio arqueológico e dos principais objectivos e áreas de actuação do projecto aos novos participantes. No terreno realizaram-se trabalhos preparatórios, incluindo desmatação da área de intervenção, colocação de redes sombras (com a colaboração de trabalhadores da União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista), topografia, remoção da selagem de 2016 e limpeza das sondagens 7 e 8, que no caso da sondagem 7 implicou maior volume de trabalho devido ao abatimento de alguns cortes. Houve ainda necessidade de proceder ao alargamento da sondagem 7, originalmente com 3 metros x 3 metros para 4 metros x 4 metros.


Nesta semana também se iniciaram os trabalhos de tratamento de materiais que decorrem no Museu Jorge Vieira, cedido para o efeito pela Câmara Municipal de Beja.
No campo das actividades desenvolvidas fora do terreno destaca-se a realização de uma sessão de Brain Storming centrada no caso do povoamento do II milénio no estuário do Guadalquivir, e que decorreu no Centro Social Lidador, a cargo de Rafael Ortiz, colaborador do Projecto Outeiro do Circo desde o seu início.
Nesta semana também se iniciaram as filmagens de um documentário da responsabilidade de Andrea Mendoza, realizadora colombiana, e que contaram com diversas colaborações voluntárias. A produção contou com filmagens no Outeiro do Circo, em Beja e em Mombeja, para além da escolha de outros locais. Brevemente daremos mais pormenores sobre este documentário.
A semana terminou com a projecção de outro documentário, "Outeiro do Circo. O guardião da planície", de Manuel Monteiro, que foi exibido em Mombeja no dia 4 de Agosto e com a realização de uma exposição na mesma localidade no dia 5 de Agosto, dedicada ao tema "Gestos ancestrais. Objectos de ontem e de hoje", acções que contaram com o apoio da União de Freguesias de Santa Vitória e Mombeja.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Ciclo de Conferências Outeiro do Circo 2017 - 2ª sessão

A 2ª sessão do Ciclo de Conferências Outeiro do Circo 2017, subordinada ao tema "Grandes povoados da Idade do Bronze no Sudoeste", irá ter lugar na próxima 5ª feira, dia 17, às 21h30 no Núcleo Museológico da Rua do Sembrano.
O conferencista convidado é Ignacio Pavón Soldevila, da Universidade da Extremadura (Cáceres, Espanha) que irá falar-nos do seu trabalho de investigação realizado sobre o Castillo de Alange em Badajoz.

El cerro del Castillo de Alange (Badajoz, España): un poblado estratégico en la periferia del Bronce del Suroeste
Ignacio Pavón Soldevila
(G. I. PRETAGU. Área de Prehistoria. Universidad de Extremadura)

Resumo
La Provincia de Badajoz fue considerada por H. Schubart a mediados de los años setenta del siglo XX como una zona de expansíon de la "Cultura del Bronce del Suroeste". En esse contexto, el Cerro del Castillo de Alange, poblado en alto cuyo conocimiento reciente arranca desde mediados de los años ochenta, ha constituído un elemento clave para estudiar su secuencia en un espacio norteño y periférico, pero muy personalizado. El objectivo de esta conferencia es plantear un recorrido por la historia de la investigacíon; su tiempo y espacio; las características del assentamiento y el paisaje inmediato; su cultura material, produccíon, consumo y, como conclusíon, las estratégias socio-políticas que los datos disponibles permiten inferir. Finalmente, sugerimos un debate entre los assistentes sobre la diversidade de patrones socio-políticos y económicos dentro del "Bronce del Suroeste".



segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Balanço "Gestos ancestrais" - Mombeja

No passado dia 5 de Agosto esteve patente em Mombeja a exposição "Gestos ancestrais. Objectos de ontem e de hoje", no decorrer das Festas de Santa Susana.
Esta iniciativa pretendia aproximar a comunidade local aos seus antecessores na região, através de uma pequena mostra de artefactos da Idade do Bronze recolhidos nas escavações arqueológicas em curso no Outeiro do Circo, complementada com algumas réplicas e com objectos actuais equivalentes.
Não se pretendeu realizar uma iniciativa estática, mas antes permitir o contacto e manipulação com os objectos e com as práticas do passado que ainda encontram reflexo no mundo contemporâneo.
A mostra contou com 20 visitantes durante o dia, maioritariamente de Mombeja, que não se limitaram a observar, mas antes a partilhar o conhecimento de vivências passadas ligadas ao mundo rural, deixando para os mais novos o sentimento de descoberta de realidades que já lhes são muito afastadas.


No dia anterior, houve oportunidade de exibir o documentário "Outeiro do Circo: o guardião da planície", da autoria de Manuel Monteiro, perante uma audiência de 21 pessoas, o que permitiu um profícuo debate sobre os trabalhos arqueológicos aí desenvolvidos desde 2008.
Nos próximos dias 18 e 19 de Agosto será a vez destas iniciativas visitarem Santa Vitória.
O nosso agradecimento a todos os que marcaram presença e à Câmara Municipal de Beja e à União de Freguesias de Santa Vitória e Mombeja pelo apoio prestado.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Ciclo de Conferências Outeiro do Circo 2017 - 1ª sessão

Após uma iniciativa prévia, concretizada com a sessão de Brain Storming realizada na passada semana para fomentar a discussão sobre o caso do povoamento do II milénio no estuário do Guadalquivir, o Projecto Outeiro do Circo dá início ao Ciclo de Conferências de 2017, amanhã dia 10 de Agosto, com uma apresentação a cargo de Rui Mataloto e centrada nos trabalhos arqueológicos desenvolvidos no povoado da Idade do Bronze de Evoramonte.
A sessão tem início às 21:30 no largo do Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, em Beja.

AXIS MUNDI: Evoramonte e o Bronze Final da Serra d`Ossa.
Rui Mataloto
Câmara Municipal de Redondo

Resumo
O Alentejo Central é a região de origem de algumas das mais impressionantes jóias e armas do final Idade do Bronze documentadas em território actualmente português. Contudo, este momento é ainda bastante mal conhecido, contando com um número limitado de intervenções arqueológicas, panorama que, felizmente, se tem vindo a alterar recentemente através de um conjunto de intervenções. Estes novos dados têm permitido confirmar a complexidade das malhas de povoamento que intensos trabalhos de prospecção, desenvolvidos nos últimos 30 anos, têm permitido documentar.
Os grandes povoados de cumeada parecem centralizar e coordenar intensas redes de povoamento, que estruturam amplos territórios organizados em torno das principais linhas de relevo. Um conjunto de datações radiocarbónicas obtidas recentemente tem vindo a dar espessura cronológica a estas malhas de povoamento, alterando substancialmente a perspectiva diacrónica da sua estruturação. A intervenção que temos vindo a dirigir no povoado de Evoramonte tem sido particularmente expressiva neste sentido, evidenciando a emergência das grandes unidades de povoamento bem dentro do IIº milénio aC.
A associação, cada vez mais clara, das maciças jóias áureas centro alentejanas do final da Idade do Bronze, a grandes povoados instalados em destacadas cumeadas favorece a emergência de leituras sociais de forte cariz simbólico-identitário, base para a estruturação das comunidades e dos territórios na transição do IIº para o Iº milénio aC. 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Documentário AltoContrasto

O Projecto Arqueológico do Outeiro do Circo encontra-se a promover algumas iniciativas paralelas durante o mês de Agosto, como a projecção do documentário AltoContrasto, da realizadora colombiana Andrea Mendoza que se encontra em Portugal para filmar um novo projecto relacionado com os trabalhos desenvolvidos pela equipa do Outeiro do Circo e da sua relação com as comunidades locais.
AltoContrasto foi filmado no Everest, no Sagarmatha National Park (Centro UNESCO do Património Mundial) e aborda a resposta da população Nepalesa ao terramoto de 2015 através da evocação dos património locais, das tradições populares e da espiritualidade.
O documentário será exibido no próximo dia 8 de Agosto (3ª feira) às 21h00, no Centro UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, localizado na Rua do Sembrano, 74 em Beja e contará com a presença da realizadora.




domingo, 6 de agosto de 2017

Balanço da sessão de Brain Storming no Outeiro do Circo

Decorreu no passado dia 2 de Agosto, no salão do Centro Lidador em Beja, uma sessão inspirada na técnica de Brain Storming, mas aplicada a um problema arqueológico concreto. Foi utilizado o caso da ocupação do II milénio a.C. no estuário do Guadalquivir, em Espanha, para gerar uma grande quantidade de ideias a partir de um grupo de indivíduos, através do fomento da participação e o pensamento criativo do grupo mencionado, com o objectivo de obter soluções criativas ou novas interpretações para os problemas ou situações apresentados.

A sessão foi dirigida por Rafael Ortiz, arqueólogo e colaborador do Projecto Outeiro do Circo, que começou por apresentar os dados acerca da situação geográfica da área de estudo, seguindo-se alguns dados climáticos considerados mais relevantes para o tema e o esquema cronológico e evolutivo do povoamento durante o II milénio a.C. na área em análise.

Deste modo, a sessão compôs-se de uma primeira fase dedicada à geração de ideias, após a qual se efectuou a selecção dos argumentos que apoiam as ideias apresentadas, finalizando com o debate.
Para apoiar o debate final foram introduzidas algumas perguntas concretas para as quais se procurou a participação dos assistentes, até se chegar a um resultado final que demonstrou não haver uma única solução para o problema, mas antes uma multiplicidade de respostas com pesos distintos.


O envolvimento dos 14 participantes, entre os quais se encontravam os voluntários do projecto e outros curiosos de áreas distintas da arqueologia, levou a um nível de discussão que gerou entusiasmo suficientemente grande para justificar a realização de novas sessões deste tipo, talvez dedicadas a problemas concretos surgidos no decurso da investigação no Outeiro do Circo e para as quais se procurará obter uma discussão alargada na sua resolução. 
Os nossos agradecimentos a todos os que se envolveram neste desafio e em particular ao Rafael pela pertinência da proposta que nos apresentou e também à Câmara Municipal de Beja e à direcção do Centro Social Lidador pela cedência das instalações e apoio logístico.