quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Ciclo de Conferências Outeiro do Circo 2017 - 1ª sessão

Após uma iniciativa prévia, concretizada com a sessão de Brain Storming realizada na passada semana para fomentar a discussão sobre o caso do povoamento do II milénio no estuário do Guadalquivir, o Projecto Outeiro do Circo dá início ao Ciclo de Conferências de 2017, amanhã dia 10 de Agosto, com uma apresentação a cargo de Rui Mataloto e centrada nos trabalhos arqueológicos desenvolvidos no povoado da Idade do Bronze de Evoramonte.
A sessão tem início às 21:30 no largo do Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, em Beja.

AXIS MUNDI: Evoramonte e o Bronze Final da Serra d`Ossa.
Rui Mataloto
Câmara Municipal de Redondo

Resumo
O Alentejo Central é a região de origem de algumas das mais impressionantes jóias e armas do final Idade do Bronze documentadas em território actualmente português. Contudo, este momento é ainda bastante mal conhecido, contando com um número limitado de intervenções arqueológicas, panorama que, felizmente, se tem vindo a alterar recentemente através de um conjunto de intervenções. Estes novos dados têm permitido confirmar a complexidade das malhas de povoamento que intensos trabalhos de prospecção, desenvolvidos nos últimos 30 anos, têm permitido documentar.
Os grandes povoados de cumeada parecem centralizar e coordenar intensas redes de povoamento, que estruturam amplos territórios organizados em torno das principais linhas de relevo. Um conjunto de datações radiocarbónicas obtidas recentemente tem vindo a dar espessura cronológica a estas malhas de povoamento, alterando substancialmente a perspectiva diacrónica da sua estruturação. A intervenção que temos vindo a dirigir no povoado de Evoramonte tem sido particularmente expressiva neste sentido, evidenciando a emergência das grandes unidades de povoamento bem dentro do IIº milénio aC.
A associação, cada vez mais clara, das maciças jóias áureas centro alentejanas do final da Idade do Bronze, a grandes povoados instalados em destacadas cumeadas favorece a emergência de leituras sociais de forte cariz simbólico-identitário, base para a estruturação das comunidades e dos territórios na transição do IIº para o Iº milénio aC. 

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